Beneficiários

Caracterização da população beneficiária potencial.

A INTESOL- UNILAB tende a olhar para a grande maioria da população estruturalmente excluída das facilidades e benefícios da modernidade, especialmente, produtores (as) da agricultura familiar camponesa que desenvolvem atividades agrícolas e não agrícolas pertencentes ao Maciço de Baturité, procurando aliar os saberes adquiridos na academia com os saberes advindo das experiências do publico potencial.

A primeira razão da opção pela agricultura familiar camponesa é o fato e que esta categoria de agricultores constitui a maioria absoluta da população agrícola mundial. A segunda, por que a UNILAB, local que sediará a incubadora está situada em uma área rural – município de Redenção e Acarape, no Maciço de Baturité.

Aproximadamente metade dos 7 bilhões de habitantes da terra trabalham na agricultura, ou vivem dela de alguma forma (United Nations Population Division, 1999) e mesmo com a intensificação dos processos de urbanização e desruralização verificados atualmente, nos próximos trinta anos um terço da população mundial viverá nas áreas rurais (Abramovay e Sachs, 2000). Portanto, trata-se de uma opção fundamentalmente orientada tendo em vista ser nesta categoria de agricultores que se encontra a maior parte do fardo da pobreza.

Globalmente 1,2 bilhões de pessoas viviam em 2001 na condição de extrema pobreza, especialmente na Ásia e na África Sub-Sahariana e três quartos dos pobres do mundo trabalham e vivem na área rural (IFAD, 2001). A maior parte dessas pessoas envolvidas com a produção agrícola vive nos países denominados subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (FAO, 2003). Aproximadamente 94% das propriedades agrícolas do mundo têm menos de 5 ha (von Braun, 2003). No caso brasileiro, o Censo Agropecuário indica que dos 4,8 milhões de estabelecimentos agropecuários existentes no Brasil, aproximadamente 4,5 milhões são de agricultores familiares.

O cenário surgido desses números é então o de que a maior parte dos agricultores do mundo é pobre, vive nos países subdesenvolvidos, trabalha em pequenas áreas e está distante, em diversos graus, dos conhecimentos e práticas propostos pela ciência agrícola moderna. No Maciço de Baturité, essa realidade não é diferente. Desse modo, o público potencial a ser atendido pela INTEESOL/UNILAB refere-se às parcelas mais pobres da população, especialmente, a rural (agricultores familiares camponeses). Essa não é uma opção ao acaso, mas vem ao encontro dos valores e princípios da UNILAB e das inter-relações com outros sujeitos coletivos como a Rede Cearense de Economia Solidária e o Território do Maciço de Baturité.

Desse modo, este projeto prevê a incubação inicial de quatro (04) empreendimentos solidários – uma experiência em rede – (10) grupos de mulheres e homens de práticas não agrícolas de áreas rurais e urbanas que foram consolidados pelo projeto de extensão “Vestuário em Arte”, mas que precisa de fortalecimentos para continuar funcionando, especialmente, na formação, orientação à produção, comercialização, gestão e crédito; 01 grupo de jovens vinculados a uma experiência de processamento e beneficiamento de produtos da agricultura familiar; um grupo de mulheres atuantes no Programa de Aquisição de Alimentos e uma cooperativa de produtores (as) da agricultura familiar, esses três últimos, pertencentes ao território do Maciço de Baturité. Buscará ainda fortalecer a Rede Cearense de Socioeconomia Solidária e os representantes do Núcleo Dirigente do Maciço de Baturité, especialmente, no que se refere à formação em Economia Solidária e elaboração de projetos.

Apresenta como ação estratégica, o envolvimento de discentes e docentes no que se refere à formação em economia solidária para, de um lado, potencializar na UNILAB a formação de um banco de talentos em economia solidária e, de outro, qualificar a intervenção e orientação aos grupos potencial.

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